Humanização prisional e religião : reflexões a partir do método de gestão carcerária APAC
Prison and humanization : reflections from the APAC carcerlaria management method
Abstract
Neste artigo apresento suscintamente a minha pesquisa de doutorado, que trata sobre o estudo antropológico de um experimento institucional religioso, de cunho católico, no campo da política criminal brasileira: as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados – apacs – que se afirmam como uma revolução carcerária e como um modelo de prisão humanizada, devido a suas características pouco comuns dentro do cenário brasileiro e, me atrevo a disser, latino-americano. Sinalizo algumas reflexões relativas às potencialidades e limites contidos no funcionamento e aplicação do Método APAC, e inscrevo este exercício de síntese na relação entre humanização e religião intramuros a partir das seguintes perguntas: É possível humanizar a vida atrás das grades? Que humanização ou humanidade este poder religioso institui? Qual é o quantum da diferença entre o poder atuando nas relações interpessoais na trama institucional a céu aberto e este atuando em instituição fechada? De que forma este poder é capaz de humanizar? Do ponto de vista ético-político, a prisão, sob algum modelo de organização, se justifica e pode se tornar aceitável, cumprindo uma missão desejável frente a um futuro mais justo? Dito de outro modo, pode alguma prisão, inclusive a mais obediente da Lei e bem intencionada, realizar justiça? This article briefly present the author's doctoral research, which focuses on the anthropological study of an institutional experiment religious, Catholic stamp in the field of criminal policy in Brazil: Associations for the Protection and Assistance to the Convicted (apacs) who stand prison
as a revolution and a model of humane prison because of their unusual features within the Brazilian prison scene and, I dare say, Latin America. Signaled some reflections on the potentialities and limits contained in the operation and implementation of the apac method, and sign this summary exercise on the relationship between religion and intramural humanization from the following questions: Is it possible to humanize life behind bars? What humanity humanization or this establishes religious institutional power? What is the quantum of the difference between acting power in interpersonal relationships and the institutional network in the open and closed institution acting on it? How this power is able to humanize? ¿Of the ethical-political, prison, under a model of organization is justified and may become acceptable, desirable on a mission against a more just future? Put another way, can any prison, even the most obedient to the law and well-intentioned, do justice?